Ela chega, arromba a porta dos teus medos,
Põe abaixo as paredes que te isolam;
Quando notas, há nos teus olhos que choram
Mais que luz iluminando teus segredos...
Ela invade os sombrios labirintos
Do teu ser silencioso e se abriga
Na emoção onde pensavas que era extinto
Teu amor preso na dor bem mais antiga.
Ela, então, sem perguntar se tu aceitas
Todo amor que ela tem para te dar,
Põe um brilho sedutor no teu olhar,
Põe amor na antiga dor que tu rejeitas.
Contundente, impetuosa, te provoca,
Visceral, sensorial e atraente,
Cria um sonho tão real que até te toca
E se apossa do teu corpo inteiramente.
Na ausência eventual do teu presente,
O passado faz desse teu coração,
Um jardim onde os insetos da paixão
Polinizam teu amor completamente.
E no êxtase do amor que te arrebata,
A saudade, então mais frágil, delicada,
Faz a dor que há tanto tempo te maltrata,
Diluir-se na emoção mais desejada.
Ao sair, como um amante eventual,
Ela deixa, no aconchego do teu leito
O conforto de um sonho especial
E um antigo amor batendo no teu peito.
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