segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A ESTRANGEIRA

Te recordo como eras no último outono

Eras a boina cinza e o coração em calma

Em teus olhos pelegavam as chamas do crespúsculo

E as folhas caiam na água de tua alma

Apegada a meus braços como uma trepadeira

As folhas recolhiam tua voz lenta e em calma

Figueira de estupor em que minha sede ardia

Doce jacinto azul torcido sobre minh'alma

Sinto viajar meus olhos e é distante o outono

Boina cinza, voz de pássaros e coração de casa

Fazia onde emigravam meus profundos anseios

E caíam meus beijos alegres como brasas

Céu desde um navio, campo desde as serras

Tua recordação é de luz, de fumaça, de tanque em calma!

Mais além de teus olhos ardiam os crepúsculos

Folhas secas de outono giravam em tua alma

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