quarta-feira, 26 de agosto de 2009

EQUIDISTANTE

O que antes era um sorriso meu
agora tornou-se escárnio,
sempre que atrevo olhar-me no espelho.

E há uma loucura latente em cada
movimento, que ouso pôr em prática
ou julgo ousar, em complacência para comigo.

E o vómito acomete contra a minha
figura desmesurada entre o absinto e
os cigarros e os comprimidos.

Onde raio a porta aberta? Onde, onde
correndo para a liberdade,
de ignorância e precipitação, deixei
eu a porta descerrada, na pressa de crescer?

E tu felicidade, que zombas de mim,
equidistante, a todo o instante,
deixa-me que te diga, ser feliz é contrariar a sorte!

Por isso não és tu, para que saibas, quem me
preocupa tanto assim.

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