Pensamento errante; ao rito desmembro o bucólico
verde que acabou naquela floresta... Ipê florido,
ali, onde entreguei às tuas pegadas de rei o meu adeus doído
beijando a terra em silêncio, escoando o pranto alcoólico.
Ébria das gotas de solidão, errante equilibrista
tentando tocar o céu, tocar o anjo do telhado
que foi embora e me deixou sem sombras, do lado errado,
inventando a vida de vidro na fome alquimista.
Fome de deus, febre de mitos... doente do retalho
que tanto me usou; desbotada pele de outras dores,
suor de irmãos cerzidos com as vergastas dos horrores,
ninando as noites de frio da fada dos espantalhos.
Embriagadoras mãos escavando o céu do rei sem sol,
tentando alcançar os passos daquele anjo de vidro
que iluminou o acarvoado quintal dos ritos feridos,
onde eu ria, sóbria fada, coroada por um girassol.
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