Talvez o vento saiba
Talvez não
Flores sopram poemas perfumados
E o ar pesado da cidade agradece
O sol cria arco-iris de chamas
Na penumbra folhas dançam redemoinhos
Casais abraçados nos bancos dos parques
Sonhos empalidecem as pessoas
Espectros flutuantes nas calçadas
Nuvens caladas
Fumaças de fantasmas
Incensos florais
Jornais caidos na grama
Latas de lixo cheias
Talvez o vento saiba
Talvez não
Roupas penduradas nos varais
Balanço de cordas movendo-se nas árvores
Crianças correndo nas ruas
Gatos dormindo nas sacadas
O cinza caindo sobre a metrópole
As luzes se acendendo aos poucos
Garis empurrando os carrinhos
Noivas esperando na porta das igrejas
Pontos de onibus cheios
Pessoas com os rostos frios
Carregando sacolas de supermercados
E compras de fim de ano
Talvez o vento saiba
Talvez não
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