quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Em meio ao ferro, fugindo da ferrugem

Nódoas e mágoas.
O que deságua?
Um odor fétido da fuligem
que se protege
em meio aos escombros,
e impede-me o levitar.
Dorida viagem
essa que se veste desafeta,
e faz minha asa pesar...

Em meio ao ferro
cerrado e abrumado desterro,
eis que vejo-me fugindo
do meu próprio erro...
Eu que vergo-me feito pássaro
inda virgem,
fugindo da fuligem...

No panorama que se forma
não existe modo perfeito,
nem céu, nem solo.
Apenas o nada feito.
Queria abster-me desse peso
que me verga...
Queria ser suave ser
que facilmente enxerga.

Mas que fazer?
Sigo em meio ao ferro,
com desejo ainda de pássaro virgem
fugindo da ferrugem...

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