quarta-feira, 1 de agosto de 2007

cansado estou

Cansado estou...
Não pelo cansaço da caminhada
que segue infinda vida afora.
Mas do que as vezes encorpa-se,
feito afeto de ninhada
e repentinamente joga o que é vivo fora...

Cansado estou...
Não por desamor,
nem tampouco por qualquer dor
que na maldade absorvida
tenta açambarcar minha vida...
Não... Dessas dores zombo.
Mas sinto que meu corpo cimbra
ao ler escritos,
que fazem do viver um mero algo finito...

Já não me desperdiço.
Já não me faço um todo torto,
rabiscado em envilecido toldo...
Nem de longe sinto que faz-se morto
meu desejo de voar...

Mas cansado estou.
Realmente cansado estou.
São disparates!
São tantas e tantas esparrelas
espalhadas solo a fora,
que por mais que tente
eu não consigo
deixar de fazer-me ausente,
dos caminhos que levam a lugar algum.
Não nasci para ser apenas mais um.

Cansado estou...
Realmente cansado estou...
Poucas são as pontes que atravesso.
Vero é o coração que me dedica amor.
Por esse, eu oro, e contrito peço.

Um amar de pura amante,
que feito lapidado diamante,
soergue-se...

Um amar de mãe,
que mesmo sofrendo a cada instante,
protege-me...

Elas sabem
que cansado estou...

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