Devia ser proibido... proibido se sofrer assim.
Não devia ser permitido
sentir essa solidão orfandade,
esse medo criança,
escondido no vão da escada...
esse desespero prenúncio de morte,
paralisante e denso,
tão tremendamente assustador.
Ah, essa saudade baleia,
singrando meus mares,
despejando meus sonhos na praia... corais...
Ah, essa lembrança paquiderme,
pisando pesado no meu peito,
peso-morto, que se deixa ficar,
sufocante, sobre mim.
Devia ser proibida essa sequidão de abraços,
esse estio de carinho,
deserto de beijo, ausência de toque...
essa falta de mãos!
Saudade mamute, antiga, colossal.
Em dias assim,
tão desesperadamente solitários e frios,
devia ser permitido voltar o relógio...
esquecer o outono que finda,
início de inverno e
revisitar passadas primaveras...
1 comentário:
Parabéns pelo belo poema.
Coloquei o seu blog nos meus favoritos, se houver alguma problema notifique-me. :)
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