Yng-Yang?
Mas onde estão os contrapontos, o equilíbrio? O bem parece ausentar-se dando lugar ao mal, mas o que é o mal? O que seria o bem? Vidas pedindo vida, sonhos desfazendo-se em prantos, dores que não encontram o bálsamo para voltar a sorrir na fé que ilumina os caminhos.
Vejo, enxergo não querendo acreditar, homens, raça minha, conscientes? Inconsciência pagã de uma ideologia doente talvez, loucura, inconseqüência, doença da alma que se distanciou da luz...
Até quando? Até quando veremos desfilando por nossos olhos e vidas tantos disparates, seres iguais - homens? - quiçá fossem humanos...
Temeram ou temerão algo ou alguma coisa? Temeram ou temerão a si próprios imbuídos em suas obstinações que na tentativa talvez de revelar-se como "heróis" acabam por destruir-se e a destruírem seus iguais...
Oh Deus! Alá responda-me! Até quando veremos pelos olhos dos nossos as dores, desesperanças, misérias consumindo vidas, ambições que cegam toda essência do bem?
Até quando presenciaremos a destruição em massa de toda esperança e até mesmo de nós, que quase sempre nos colocamos como eternos espectadores diante da dor alheia, injustiça, fome, carências, necessidades de todo tipo de vida, vida essa que já não existe mais em muitos...
Sofre a alma que mesmo frustrada por tamanha impotência vê admirada as verdades e realidades que muitas vezes, ou quase sempre, recusa-se a enxergar.
Chocam as imagens que retratam limpidamente a realidade que tentamos não ver, realidade que tingimos sempre com as cores que queremos. Chocam as imagens que invadem nosso mundo tão íntimo de sonhos e belezas que nos esforçamos tanto por acreditar existir e nos mostram uma verdade que denuncia a impunidade e o sofrimento que rege o mundo.
Basta! Que pare o homem no precipício por si só construído! Que olhe para si mesmo enxergando as vidas maltratadas, doídas, distorcidas que em suas próprias correntes aprisionam, freiem seus ímpetos nas imagens no espelho refletidas. Onde está a luz que nos olhos acendiam esperanças e redenção? Calam nas bocas famintas por justiça as vozes que há muito gritaram sem jamais serem ouvidas...
Ecos de passos vazios em labirintos onde um eu encontra-se só e sem saídas. Vicejante em sonhos que nunca amanheceriam no sol que arde no corpo fétido despido de alma que parece dormir. Enquanto isso, nós, onde estamos nós? Dá-me a ponta do orifício que desatarei quantos nós a mim forem ofertados. Descansem em paz oh almas benditas... Cantem em bemol diante o sol que surge iluminando a vasta via por onde agora seus pés resvalem sem dores ou agonias enquanto em mim, apenas a pergunta grita a procura de respostas: “Até quando?... Até quando?...”
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