Hoje está um tanto frio para morrer,
não sei que tempo ainda tenho,
as horas passam logo, e eu continuo,
uma pessoa comum disfarçado de poeta.
Algumas vezes rezei e não doeu, garanto,
até o sorriso depende de outra boca,
senti que não moro sozinho em mim,
imagine, o beijo, o gosto, fazer amor.
Poucas vezes senti saudade, só agora de manhã,
depois reencontro meus desejos e retomo,
é como nascer a toda hora e viver sem perdão,
assim faço cena e não espero o calor para morrer.
Quantas vezes tenho certeza da minha alegria,
das tristezas prefiro não lembrá-las por agora,
somos rosário dependurado no pescoço de um deus,
desfiado a revelia, sem direito de ficar ou morrer.
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