terça-feira, 29 de julho de 2008

Depressão

Começo a perceber

Mudanças em meu viver

Que maltratam e que assaltam

As regras de meu entender

Assolam, me fazem sofrer...



Já não sou mais a menina

Não sou mais nem aquela

Que esparramada na janela

Toda sorridente e bela

Pra ver meu amor, na espera...



A idade, sempre chegando

Meus olhos se embaçando

Nos anos que estão passando

Sobras de amores-mormaço

Fazem-me pensar, pensando...



É o cansaço da alma, que sofre

São gemidos de dor ao vento

Carícias que ainda alimento

Verdades dos meus desencantos

Cansaço, em meu peito, sem alento...



A lua, companheira, fugindo alucinada

Tristonha, querendo me consolar

Mas me via tão distante

Musa esquecida, sem semblante

Surpresa ao me ver assim estar...



É a cólera dos meus sentidos

O esgar de toda aquela emoção

São dilacerantes quimeras

Fortuitos elos de espera

Que arranham meu coração...



E a ventania, que em meus cabelos se ouvia

Como murmúrios de umas paixões

Cochichavam, em meus pensamentos

Eram da vida meus fragmentos

Se escoavam aos quatro ventos...



Depois de um grande dissabor

De um rompimento de amor

Custa-me intensa acreditar

Que estou assim pálida, sem cor

Desinteressada, quase a chorar...



Mas na vida que tudo passa

Passa célera que nem fumaça

Desfigurando toda minha dor

Convida-me a me ver surgir

Encantada ainda, vem me ouvir...



O tempo me ampara, que tudo sara

Está se aproximando, cochichando

Livrando minh'alma, me estimulando

Depois de uma noite tão escura

Um novo amor surge, me amando...

Sem comentários: