sábado, 1 de setembro de 2007

A morte do poeta

Às vezes o amor pára no meio da vida,

é como sonhar um ontem e nunca amanhecer,

o sol está longe, a lua já não existe,

ainda com vida a morte começa a rondar.





Quisera ter mais amor para dar ao amor,

escrever palavras no coração d'outro,

fazê-lo sonhar, viver com paixão de verdade,

mas apagam a vida, tento, escrevo e apagam.





Atraído pelo belo, acredito em promessas,

ela me embriaga com razões absolutas,

diz-me ser dona e fala de amor,

não estou, jamais estive naquele coração.





O vento dança nas cortinas ainda fechadas,

as promessas se quebram no meio das frases,

o sagrado morre ao toque das mentiras,

perco-me em outras terras muito distantes.





Morre mais um poeta, apagam-se as ilusões,

o jeito suave se perde entre folhas secas,

agora sou parte de um desconhecido mundo,

de errantes, vagabundos e poetas loucos.





Deixo minha carne, minhas escritas,

não apaguem minha letra tatuada na terra,

este não é o mundo que o poeta sonha,

talvez vou estar entre anjos, só talvez...

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