Às vezes o amor pára no meio da vida,
é como sonhar um ontem e nunca amanhecer,
o sol está longe, a lua já não existe,
ainda com vida a morte começa a rondar.
Quisera ter mais amor para dar ao amor,
escrever palavras no coração d'outro,
fazê-lo sonhar, viver com paixão de verdade,
mas apagam a vida, tento, escrevo e apagam.
Atraído pelo belo, acredito em promessas,
ela me embriaga com razões absolutas,
diz-me ser dona e fala de amor,
não estou, jamais estive naquele coração.
O vento dança nas cortinas ainda fechadas,
as promessas se quebram no meio das frases,
o sagrado morre ao toque das mentiras,
perco-me em outras terras muito distantes.
Morre mais um poeta, apagam-se as ilusões,
o jeito suave se perde entre folhas secas,
agora sou parte de um desconhecido mundo,
de errantes, vagabundos e poetas loucos.
Deixo minha carne, minhas escritas,
não apaguem minha letra tatuada na terra,
este não é o mundo que o poeta sonha,
talvez vou estar entre anjos, só talvez...
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