sábado, 29 de setembro de 2007

AINDA ACREDITO

Pouco me basta para dar-me por satisfeito;
Um cigarro, um café, uma conversa entre
Amigos; repudia-me sim, ver um lar desfeito,
Porque eu sei que, lá dentro, vive gente.

Dêem-me sol ou chuva, um pouco de mar,
Para contrabalançar; fechar os olhos aos ruídos,
Comer da árvore a fruta, que for lá buscar;
Custa-me a ver um pobre de punhos puídos.

Nada melhor que observar de longe a natureza,
Rebolar-me nela, como quando era criança;
Ter do presente a justificativa para uma certeza.

Mas não julguem que eu sou indiferente, não;
O que eu tenho é do homem muita esperança,
Na sua sabedoria, que vive perto do coração.

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