terça-feira, 2 de outubro de 2007

TOCA O SINO A REBATE

Nos deslumbramentos, que esta vida nos traz,
É fácil esquecer ou omitirmos, quem nos rodeia;
De bom juízo – cegos para o mundo – incapaz,
Somos como aquele véu que nos acha e norteia.

Passamos por cima dos outros como acto vulgar;
Não conversamos mais, impondo nossa verdade;
Até que, por fim, inermes, depois de tanto julgar,
Reclamamos dos outros, a falta de solidariedade.

O mundo precisa mais do que nunca de todos nós,
Que sejamos vizinhos, uns dos outros – até ao fim,
Para que não mais, nesta vida, caminhemos a sós.

Basta pôr o orgulho de parte e sermos genuínos,
Recorrer à palavra, que nos diz do não como do sim,
E escutar lá de longe o rústico ribombar de mil sinos.

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