Vão dizer que eu não existo
Porque inventei pra mim um outro visto
Um pra tomar chá de sumiço
E outro pra entrar no país da palavra
Esse meu outro eu
É alguém que por ser cru
Não pode ser visto a olho nu
Por isto
Vão pensar que eu não existo
Embora tenha nome
De discípulo de Cristo
O poeta tem fome
Come o mundo com os olhos
A boca são dez dedos
E a voz todos os medos
Por assim ser
Vão dizer que eu não existo
Porque pensam que o homem
Coração de menino não pode ter
Mas não vou deixar
Que no fim eles tenham razão
Porque sou um poeta que faz poesia
Com batidas de coração
Então insisto, eu existo!
Sem comentários:
Enviar um comentário