quarta-feira, 3 de outubro de 2007

RESSURGINDO DAS TREVAS

Aquela mesma luz perdida na distancia,

Que a criança vê em toda sua infância,

Inda brilha no ponto em que outrora estava,

Como se fora um sol que tudo iluminava.



Nessa fase, na borda escura da floresta,

O passaredo, ali reunido, todo em festa,

Cantava nos ipês, beijando-lhes as flores,

Haurindo de seu caule esplendidos olores.



Foi aí que se fez feliz a minha vida,

A me embalar a alma, em costumeira lida,

Mas a euforia que eu tinha não me informava

O que em outras manhãs a vida me aguardava.



E os vis tropeços que em minha vida eu tive,

Que deles a lembrança ainda em mim revive,

São lances vivos que ainda minha alma sente,

Repercutem o seu doloroso efeito no presente.



Terminada que foi a dor do meu sofrer,

Eu consegui, enfim, a custo refazer,

Com pétalas do chão, caídas de uma rosa,

Outra rosa de cor vermelha e perfumosa.



Agora está feliz no vaso em que se abriga,

Fazendo-me esquecer as tramas de uma intriga,

De uma requesta, de uma dura e longa história,

Que me trouxe, afinal, os louros da vitória!

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