Aquela mesma luz perdida na distancia,
Que a criança vê em toda sua infância,
Inda brilha no ponto em que outrora estava,
Como se fora um sol que tudo iluminava.
Nessa fase, na borda escura da floresta,
O passaredo, ali reunido, todo em festa,
Cantava nos ipês, beijando-lhes as flores,
Haurindo de seu caule esplendidos olores.
Foi aí que se fez feliz a minha vida,
A me embalar a alma, em costumeira lida,
Mas a euforia que eu tinha não me informava
O que em outras manhãs a vida me aguardava.
E os vis tropeços que em minha vida eu tive,
Que deles a lembrança ainda em mim revive,
São lances vivos que ainda minha alma sente,
Repercutem o seu doloroso efeito no presente.
Terminada que foi a dor do meu sofrer,
Eu consegui, enfim, a custo refazer,
Com pétalas do chão, caídas de uma rosa,
Outra rosa de cor vermelha e perfumosa.
Agora está feliz no vaso em que se abriga,
Fazendo-me esquecer as tramas de uma intriga,
De uma requesta, de uma dura e longa história,
Que me trouxe, afinal, os louros da vitória!
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