Morreram todas as azaléias cor de maravilha,
e hoje também sinto-me assim, calada e morta.
As cores desbotadas já fechando as comportas
do que outrora foram mil andanças às milhas.
Por que a flor dura menos que o fino espinho?
Por que o meu pensamento retém o ressequido
escavar de terra infértil se vi os lírios floridos?
Deve ser porque a raiz do mal feriu meu ninho!
Aquele pássaro triste canta tão pouco lá fora,
deve ser o sol escaldante desse seco meio-dia,
ou a sede e mais a fome consumindo a eutimia,
ou quem sabe o ponteiro calando a sacra hora.
Ontem o dilúvio das águas tirou-me a meia-lua,
e sem ter onde chorar, assim sem ter para onde ir,
não precisei perguntar quando esqueci de sorrir,
bastou-me lembrar da azaléia que um dia foi sua.
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