sábado, 1 de setembro de 2007

Rasgo de Dor de um Poeta !

Que a lâmina da espada
corte em pedaços este ser
Mate este vil poeta,
que aqui dentro
teima em escrever,
trovas sujas de ódio
de dor e de amor
Amor profano,
de frações insanas
extraídas da inútil
trigonometria da vida
Não me chamem de poeta!
Sou um ignorante das letras
Procuro as palavras nas sargetas
Sujo os líricos poemas,
com obscenos teoremas
da fria matemática da dor
Escrevo versos sem nexos,
sem complexo e sem reflexo
Retrato a nua realidade do dia
Derramo o fel da hipocrisia
sobre o branco impuro do papel
Faço do céu o meu inferno
e do inferno meu próprio céu
Amasso versos soturnos,
manchados com as cores do absurdo,
extraídos do escuro do meu ser,
para tentar sobreviver a dor
Rejeito guirlandas e lauréis

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