Nas notas desta melodia,
me deixo envolver em bemóis,
sustenidos e pausas!
Voo longe num tempo,
em que a um velho piano acariciava.
Das teclas soavam as cordas,
do coração fluia o ritmo,
nas batidas o compasso,
na esquerda o acompanhamento,
na direita a composição.
E eram tantas horas,
de uma sublime paixão,
como um levitar de pura emoção.
Mas um dia partiste das minhas horas.
Eu mesma te dei de presente,
e num caminhão cruzaste a estrada,
pois nas minhas mãos,
um teclado eletrônico
já havia tomado teu lugar.
Insanidade a minha,
presa de um modismo da época,
mas ao mesmo tempo...
quem o recebeu feliz como criança,
abraçou-me comovida
e juntas revivemos
nosso tempo de criança,
brincando de tocar!
Sim isso..nunca aprendemos,
sempre fizemos isso de ouvido,
por escutar as aulas que nossa mãe ministrava.
O piano está na Cidade das Andorinhas
e quanto sinto saudades dupla, pego a estrada
e busco o fiel amigo da minha infância e juventude
que me levava pelas mãos,
a penetrar o mágico mundo da música,
na companhia dos deuses!
Ah! meu velho companheiro, quanta falta me fazes.
És insubstituível!
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