sábado, 1 de janeiro de 2011

Estranho

A alegria que é lei, em minha terra é magia,
não aquele desenhado na boca,
logo aceito, que apaixonar é alforria.


Concordo, sou realmente estranho,
em meu reino todos são pobres reis,
não as rainhas, lindas que me assanho.


Aqui não temos idade, não temos cor,
somos reis e rainhas, amantes e amados,
soltos em um mundo inventado sem dor.


O sol amanhece e deseja a lua pra olhar,
aparece cheia, prata ou só lua,
bem ali na ponta dos dedos pra clicar.


Na minha terra não se foge do abraço,
em toda boca o sorriso é grátis,
nada é inventado, nem o beijo é de pedaço.


Tenho que brincar muitas vezes ao dia,
cantar é importante pra não trabalhar,
inventar é fazer parte da companhia.


Tem até bicho de pé, baleia que rola,
pelos caminhos tem gente, tem mico,
circo de pano e bicicleta de mola.


Tenho este mundo que eu fiz pra existir,
se parece estranho ainda não sei,
se estiver infeliz, vem cá transgredir.

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