quinta-feira, 23 de julho de 2009

Falando de amor

Quando a virgula corre a frase
fica difícil falar de amor,
as palavras ficam pálidas no ar que respiro,
é impossível encontrar o centro.

Nada determina o momento,
nem o medo que mata a morte,
sou o personagem que escreveu o êxtase
no teto do quarto que sonhou.

A vida faz milagre diferente nas palavras,
pode ir água abaixo com barco sem remo,
quando o rio virar, o rochedo encolhe
e a beirada da frase volta pro beijo da boca.

É como sereia parada no meio do sono,
nada que é de verdade volta toda noite,
explica ao homem que beijou noite passada,
era eu em você e o gosto que deixou na alma.

Quero o consciente inconseqüente da paixão,
recortar os retratos das revistas que encontrei,
viajar de olhos abertos quando a chuva cair,

fechá-la no coração como livro que li.


Meu corpo está picante de amor,
as trevas passam depois do abraço,
a música toca no espírito que ama
falando da minha mulher no silêncio da noite.

Sem comentários: