segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DESENCONTRO

Sonhos presos em escombros,
noite que se adianta lenta
em nossa última dança!
No calor do seu ombro
sou nostalgia, perdida de tudo,
falar nem se tenta...
No som ímpar da dor
alma em afasia, no escuro...
Um tango canta o fim do amor!


Labirintos escusos, obscuros
confundem meus pensamentos.
Contratempo, ausência de lucidez
na partilha dos sentimentos,
no descompasso de emoções
a voz da razão vence, tem sua vez
e apaga o tom das sensações!


Na divisão não há reencontro,
nem beijo de despedida...
No olhar o silêncio do pranto
trai o riso-euforia que antes havia,
quando seu corpo sempre pronto
o meu em carícias cobria...


Hoje o desencontro acenou
dividindo a vida que pensei ter!
Mais um rodopio pelo salão
e vai embora sem nada dizer!
A composição assim acabou...


Sozinha, entre os pares estou...
Sou cor fosca de solidão agora!
No cenário-aquarela que desbotou
cedo, a saudade já trança laços
que tento, em vão desfazer...

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