domingo, 23 de agosto de 2009

Outra manhã

Tentando apagar algumas lembranças,

desliguei o sol, fechei os braços,

mesmo teimando em voltar,

conseguiu esquecer alguns pedaços.





Para não lembrar em outro corpo,

a falência foi de todo o sentimento,

guardei os abraços todos,

fiz amor que tenho, não o que invento.





Trouxe apenas uma troca de pele,

liguei as luzes de acelerar a vida,

um coração bonito, mas o disfarcei,

não quero que apareça outra paixão na ida.





Precisei me entregar para saber,

disse de todos os gostares de antes,

arrebentei barreiras, derrubei preconceitos,

prendi-me a alguém de um amar cessante.





Fechei as corredeiras do vento mal,

ontem apaguei a solidão que não atrasou,

as lágrimas ficaram no lenço de papel,

que joguei pela janela do táxi que me levou.





Talvez aprenda a escrever de outro jeito,

dirá qualquer dia do amor que fui,

paixão sim, que qualquer uma entenda,

mas, vem amor e o sem-tempo obstrui.

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