sábado, 2 de abril de 2011

PÓS-OPERANDIS

Meu ser inerte,
corpo desnudo
e cru; metáfora
de mãos aprisionando
meus sentidos;
éter rarefeito,
na sala purificada
e gaseada.


Faca perdendo-se
na carne doente;
é gume é cabo,
ordenando
sua propensão –
o teorema,
que rasga minhas
entranhas.


Recobrar,
no meio caminho;
e a faca suga
a lâmina, que busca
a inflamação
(não sem antes
intensificar,
a anestesia).


Envolto em tubos,
regresso às
paredes simétricas;
brancas;
(e o relógio parou, ficou
a faca o gume
e o tempo ,
que lá ficou).


Cavalos desnorteados;
dir-se-ia, que
estou inválido!
Sorrisos femininos,
acodem meu corpo
(se não fosse faca,
seria relógio,
ou chumbo de bala).

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