Triste manhã de angústias já delineia teu dia
Vives enfrentando batalhas sangrentas de dor
Tinhas a gargalhada estridente... hoje, a apatia
Perdeste rapidamente a ânsia de viver sem destemor.
O que será de mim te vendo assim... arqueado
Embarcando no trem da desilusão sem volta?
A juventude em lágrimas deixas de lado
Voam palavras vis com o veneno da revolta.
Pedras soltas, se as encontrasses, atiravas
Como se todos fossem para ti culpados
Até a Deus ofendes, esquecendo-te de que O amavas
Queres Dele receber prontos resultados.
Tens muito ainda da vida o que aprender
Nessa viagem há embarques e desembarques
Não são apenas alegrias que ela irá te oferecer
Mas, pelo visto, só a fraqueza queres que te marques.
Talvez tenham te faltado abraços
Mas não foi culpa minha... tu os repelias
Como teus super-heróis te achavas de aço
A doçura do gesto negavas por rebeldia.
Hoje te vejo assim... menino indefeso
A casca que te cobre é a da solidão
Deixa que o meu calor te mantenha aceso
Aceita meu regaço e o toque da minha mão!
Sente o amor que te dedico num crescente
Não te envergonhes dele... sorve-o inteiro
Amor de mãe é água brotando da nascente
Quando pensas que secou, ele volta em aguaceiro.
Dilacera essa armadura e ao ventre retorna
Adormece teus escuros na cama morna!
O sol te encontrará num novo renascimento
E a esperança será o teu aleitamento...
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