segunda-feira, 17 de agosto de 2009

CEGUEIRA HUMANA

Tenho meus olhos rasgados pela lâmina.

É preciso
urgentemente retirar ao olho a ferida.

Explode a carne em mãos pelos senhores
da guerra.

E escorre o sangue em directo na televisão.

Tomai esta flor que vos dou disfarçada de
bomba.

Mãos e pernas decepadas por uma pepita
de ouro que se quis esconder.

Sei que nem sempre entendo o vosso olhar
mas retirar a única força de sustento a um

homem: jamais o virei a entender… jamais.

Por fim introduzo meu dedo indicador no olho
que me resta e arranco-o de um só golpe.

Não há mais nada aqui que meu sacrifício não
tenha estado à altura de toda a cegueira Humana.

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