sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Descomunal Violência!

Sufocada está a minha teimosa verve...
Sufoquei-a com as minhas próprias mãos,
Pois que para nada mais... Ela me serve!...
Esta é a única e cruel verdade, meu irmão!

Pois que os tempos são de descomunal violência.
Tantos sonhos foram covardemente enterrados.
Tantos homens de bem... Perderam a crença...
Tantos mentirosos e cafajestes são ovacionados!

Bondade é apenas uma palavra doce e aliciente,
Que bem empregada pode fazer muitos reféns...
Pode imolar almas despreparadas e inocentes...
Abater o Zé do povo, analfabeto e sem vintém!

Meus sonhos já não são sonhos. São pesadelos
Que gritam desesperados. Está perecendo o mundo!
Sucumbem muitos todos os dias de tiros certeiros...
Perdem-se muitas vidas nas garras de vagabundos!

Não! Não quero mais disparatadas ilusões!
Calo a poesia que teima em falar de amor.
Sem notar maltratados e desvalidos corações.
Sem ouvir dos injustiçados o pungente clamor!

Meu coração já não quer mais falar de poesia...
Não há poesia alguma na ponta de um canhão,
Não há rima para tanta crueldade e covardia!...
Chega, basta de ver tanta desgraça e perversão!

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