sábado, 30 de agosto de 2008

INCOERÊNCIA

Tu exaltas a minha luz,

Mas ages como se ela te ofuscasse.

Incentivas-me a não perder o brilho,
Mas gostarias que eu não brilhasse.


Reiteras-me apreço e lealdade,
Dizes o quanto comigo te importas.
Mas foste fechando todas as portas,
Por onde fluíam esta tal amizade

Falas-me que eu sou sensível,
Que tenho caráter sem jaça.
No entanto escolhes alguém,
Que não representa ameaça.

Não escreveremos nenhum livro,
Nem a duas ou a quatro mãos.
Na cartilha que tu adotas,
Não há lisura ou retidão.

Falta bem mais, é verdade:
transparência, coragem, lealdade.
Assume as tuas meias mentiras,
Assumo minhas incômodas verdades.

E não te preocupes, este rabisco eu queimei,
E soprei as cinzas ao vento.
Não foi por Deus que eu te amei,
Já és pó em meu pensamento.

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