segunda-feira, 2 de abril de 2007

AS MINHAS ILUSÕES

Hora sagrada dum entardecer
De outono, á beira-mar, cor de safira,
Soa no ar uma invisível lira...
O sol é um doente a enlanguescer...

A vaga estende os braços a suster,
Numa dor de revolta cheia de ira,
A doirada cabeça que delira
Num último suspiro, a estremecer !

O sol morreu...e veste luto o mar...
E eu vejo a urna de oiro, a balouçar,
Á flor das ondas, num lençol de espuma.

As minhas ilusões, doce tesoiro,
Também as vi levar em urna de oiro,
No mal da vida, assim..uma por uma...

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