domingo, 1 de abril de 2007

A ARTE DE MENTIR

Fala de tristezas e alegrias,
busca companhias
que possam escutar
tudo que tem pra contar.
Na verdade são castelos de areia
construídos de ilusões,
cobertos de poeira
e de incontáveis imaginações.
É a pessoa mais feliz e mais sofrida,
a mais bonita e a mais querida,
a mais só e mais esquecida.
É uma imagem que criou
que, de tão frágil, não se sustentou.
Corre atrás e quer mais
de tudo que não realizou.
É sinônimo de confusão,
de total desorientação.
O que vai dentro do seu coração
fica muito bem trancado
e para o resto do mundo
só mostra o outro lado.
Inventou um personagem
que lhe dá coragem
pra viver sem padecer.
Afogou-se no delírio,
nas sombras de um vazio.
Quem é ela,
real ou imaginária,
principal ou secundária?
Fere sem apunhalar,
mata toda amizade
que consegue conquistar,
afinal nela é impossível confiar.
Voa sem pousar,
suas asas se quebram
até se espatifar.
É produto da inverdade,
da total irrealidade,
da imensa necessidade
de ser sem nunca ter sido,
de ter sem nunca ter tido.
No entanto enfrenta o picadeiro
e fala o seu roteiro
enquanto a platéia ri
do palhaço que está ali.

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