sábado, 2 de abril de 2011

MAGNÓLIA

No meu peito aberto, magnólias
e nardos; mais as rosas
esquecidas, no teu regaço aberto,
não por acaso as deixei lá devidas,
comigo aqui por perto.

De pétalas cubro o teu sono,
que eu desvendo, brincando
com os teus sonhos, de cá para lá,
e de lá para acolá,
como que levitando.

E acordado em mim, ciente de
minha postura, teu corpo desvendo,
pelo toque suave de minha mão,
que tem cheiro a terra e desfolhada,
e é um rito qualquer, de antemão.

Acordas; sorris; e voltas a adormecer,
na quietude da noite branda.
Fecho as janelas e, deitando-me,
a teu lado, sopro-te um beijo,
de roupa te cobrindo, ajeitando-me.

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