segunda-feira, 2 de agosto de 2010

CARO AMIGO

Caro amigo,
não quero que me leia,
mas te imploro que me escute, que ouça minhas palavras,
pois elas são minha voz.
Falo-te com voz audível e sonora, embora estejamos distantes, mas tão perto do coração.
Não quero que me leia,
mas preciso que me ouça,
pois o que eu tenho a te dizer não é tão simples de entender,
mas será fácil teu coração compreender.
Há tempo que eu pretendo te falar de amor, mas não um amor banal, carnal, concupiscente. Quero te falar de um amor transcendente, transparente, singelo e puro.
Quero te falar de um amor de alma para alma, sem mancha nem pecado, de coração para coração, por que foi um recado que veio de Deus.
Não pense que o amor é só doçura, pois o amor é amargura também e quando o cálice do amor a ti se apresentar, não o afaste, sorva-o até o fim, pois só assim conhecerá a sublimidade do amor;
Não pense que a alegria é só riso, pois é tristeza também, mas não deixe de ser alegre, pois a alegria é a superação da turbulência do coração;
Não pense que a felicidade é eterna, pois mesmo sendo terna, sempre terá um fim. Assim como a flor tem um tempo de existir, oferecendo sua beleza e sua fragrância, a felicidade também, ambas são passageiras e não é posse eterna de ninguém;
Não pense que teus dias são eternos sobre a terra, contudo aproveita-os bem, evitando toda inutilidade e fazendo o bem sem ver a quem;
Zela pelo teu coração, pois ele é a morada de tua alma, é a fonte límpida do amor, na sua singela transparência sem cor e é nele que se encontra tua paz.
Amigo, não me leia, mas escute a voz audível de minhas palavras.

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