terça-feira, 3 de agosto de 2010

AMIZADE, CONFRARIA DOS LADRÕES.

Amizade, será que não foram os santos que a cultivaram, ou a descobriram primeiro?

Quem sabe a amizade não se originou na

fraternidade de alguma santidade!

Digo-lhes com sinceridade, na amizade

serei o último a não acreditar, ou talvez o derradeiro.



Não sou santo nem pratico a santidade,

mas lhe digo em verdade, quando se

trata de amizade

sou fiel eternamente, ou por toda eternidade.



Não reconheço amizade na cor

nem pela profissão de fé,

em verdade lhes digo até,

que o amigo se reconhece é na dor.



Busquei amigos tantos e não os

encontrei,

tantos foram os motivos, foram tantas

as razões!

Segredar-lhes-ei onde amigos achei.

Todos foram encontrados fora das religiões.

Não eram ricos. Em verdade lhes digo,

Eram todos bons ladrões.



Fui convidado certa vez a assistir

algumas reuniões

de uma fraternidade esquisita,

confesso até achei bonita, a sagrada confraria dos ladrões.



À eles nunca lhes disse meu nome,

Até achavam que eu era alguma

Santidade.

Na verdade eu tinha autoridade

para levar todos a prisão,

mas a voz do coração me disse com

razão,

eles roubam poesias, versos e até refrão

para vender na praça.

Alguns dão até de

graça para saciar a fome.

Por isso nunca lhes disse meu nome.

Nunca souberam quem eu era,

nunca lhes disse também,

esta foi a maior prova de amizade

que já dei à alguém.

O chefe daquela sagrada confraria


logo me veio a lembrança,

daquela faminta criança,

da imagem do bom ladrão,

que rogava à Maria

que lhe desse o perdão.

E por lhe ver o bom juizo,


Jesus na cruz o perdoou

e consigo o levou

a morar no paraíso.

Por isso lhes digo em verdade,

na amizade não existe raça, religião, nem cor,

por que a amizade não é nada mais que o próprio gesto de amor.

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