Amizade, será que não foram os santos que a cultivaram, ou a descobriram primeiro?
Quem sabe a amizade não se originou na
fraternidade de alguma santidade!
Digo-lhes com sinceridade, na amizade
serei o último a não acreditar, ou talvez o derradeiro.
Não sou santo nem pratico a santidade,
mas lhe digo em verdade, quando se
trata de amizade
sou fiel eternamente, ou por toda eternidade.
Não reconheço amizade na cor
nem pela profissão de fé,
em verdade lhes digo até,
que o amigo se reconhece é na dor.
Busquei amigos tantos e não os
encontrei,
tantos foram os motivos, foram tantas
as razões!
Segredar-lhes-ei onde amigos achei.
Todos foram encontrados fora das religiões.
Não eram ricos. Em verdade lhes digo,
Eram todos bons ladrões.
Fui convidado certa vez a assistir
algumas reuniões
de uma fraternidade esquisita,
confesso até achei bonita, a sagrada confraria dos ladrões.
À eles nunca lhes disse meu nome,
Até achavam que eu era alguma
Santidade.
Na verdade eu tinha autoridade
para levar todos a prisão,
mas a voz do coração me disse com
razão,
eles roubam poesias, versos e até refrão
para vender na praça.
Alguns dão até de
graça para saciar a fome.
Por isso nunca lhes disse meu nome.
Nunca souberam quem eu era,
nunca lhes disse também,
esta foi a maior prova de amizade
que já dei à alguém.
O chefe daquela sagrada confraria
logo me veio a lembrança,
daquela faminta criança,
da imagem do bom ladrão,
que rogava à Maria
que lhe desse o perdão.
E por lhe ver o bom juizo,
Jesus na cruz o perdoou
e consigo o levou
a morar no paraíso.
Por isso lhes digo em verdade,
na amizade não existe raça, religião, nem cor,
por que a amizade não é nada mais que o próprio gesto de amor.
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