quinta-feira, 19 de julho de 2007

VENHA NOITE

Venha noite, venha cair e deixar
escorrer o orvalho da madrugada,
venha com seus perfumes de flores,
venha matar minha saudade.

Venha noite, empresta-me, a lua,
com todo o seu esplendor,
com todo o seu luar,
venha, mas venha nua,
venha com muita vontade de amar.

No toque e na luz,
noite de estrelas
venha serena,
com sua boca pequena,
venha e me seduz,
faça do meu infinito,
a noite do meu grito.

Venha derramar o vinho
nas bocas sedentas,
venha beber no cálice,
venha sentir o que te alimenta,
no conforto do meu ninho.

Ah, doce noite,
de magia estrelar,
abraça-me, com tuas caricias,
entregue-se, nos açoites,
faz de mim, um homem a delirar.

Venha noite,
venha com sua devastadora paixão,
quero fazer-te, feliz,
venha sentir o calor do meu coração,
venha amar como se fossemos aprendiz,
venha sentir a sensação e a energia do meu toque.

Venha noite,
venha conhecer a vida de um errante,
na arte dos prazeres,
nos sonhos dourados das camas,
das horas e feneceres, embriagando–se,
no doce perfume de quem ama,
venha noite,
venha pra mim.

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