Se em ti existe a verdade pelas cousas
Com que trabalhaste a vida inteira;
Se, ao guardá-las, nelas enfim pousas
Tuas mãos e tua tez tão costumeira;
Se, vendo outros, tendo prole sem
Que tenham feito muito por isso,
Assenhorando-se de ti, com desdém,
Mostrando mau carácter e mau siso;
Perdoa, como o bem pouco que te resta.
E assim, quando não, serás livre,
Com todo o valor que se te apresta.
E, se ainda assim, duvidarem de ti,
Faze de teu ser aqui, algo que vive,
Mostrando-lhes o melhor do teu jardim
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